A desgraça a tornou forte. E calada. E orgulhosa. Ao longo dos meses subseqüentes, Gina preocupou-se com a filha. Há anos que Gina convivia com a própria infelicidade, usando-a como uma muleta, porque não via opção. Seu modo de vida americano terminara quando pisara no país de seu marido. Desde o início, as leis e as tradições de Jaquir haviam sido contra ela. Era uma mulher, e, como tal, apesar de suas convicções, apesar de seus desejos, era obrigada a se conformar.
Ao longo dos anos, Gina encontrara um único conforto para aliviar seu encarceramento. A seus olhos, Vanessa era uma menina contente, até mesmo apropriada para a vida em Jaquir. Tinha uma herança, um título, uma posição que nem mesmo o desfavor do rei podia lhe tirar. Tinha família, companheiras. Tinha segurança.
Gina sabia que os ocidentais começavam a vir em levas para Jaquir e outros países do Oriente Médio, atraídos pelo petróleo. E por causa dessa nova situação, ela tornava a se encontrar com repórteres, desempenhando o papel de rainha do deserto dos contos de fadas. Com os ocidentais em Jaquir, haveria progresso. Com o tempo, poderia até haver uma liberação. Ela se apegava a essa possibilidade... não mais por si mesma, mas por Vanessa. À medida que os meses foram passando, no entanto, ela começou a compreender que se novas liberdades viessem para Jaquir, chegariam tarde demais para beneficiar a filha.
Vanessa era quieta e obediente, mas não se mostrava muito feliz. Brincava com as outras meninas e escutava as histórias da avó, mas não era mais uma criança. Gina passou a ansiar por sua terra com mais intensidade do que antes. Sonhava em voltar, levando Vanessa, em mostrar à filha um mundo além das leis e limitações de Jaquir.
Mas, mesmo enquanto sonhava, ela não acreditava que fosse possível. Por isso, recorria aos tranqüilizantes e bebidas alcoólicas proibidas como o único refúgio que podia encontrar.
Não era uma mulher sofisticada. Apesar de sua ascensão no mundo do entretenimento, permanecera a moça ingênua da pequena fazenda em Nebraska. Em seus dias no cinema, testemunhara o consumo excessivo de bebidas e drogas. Mas, de uma maneira que lhe era natural, passava por cima do que era desagradável e acreditava em ilusões.
Em Jaquir, tornou-se uma viciada, embora ignorasse o fato. As drogas tornavam-lhe os dias suportáveis e as noites indistintas. Vivia no Oriente Médio há quase tanto tempo quanto vivera na Califórnia, mas com as drogas perdera a noção do tempo. Tornara-se ali uma ilusão, tal como as mulheres que representara no cinema.
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O Zac deve aparecer logo, não muito logo, mais ele vai aparecer.
Acredito q ainda terá mais pontos de vista dele, não sei ao certo, mas acho q sim ;)
beeeijos.
Um comentário:
Tenho pena da mae da Nessa... *** É bom que fuja mesmo e leve a Vanessa!!
Espero pelo ponto de vista do Zac... <3
Beijo,
Sophýe
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