segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 2

Ser chamada aos aposentos de Abdu Greg deixou-a com muito medo. Nunca se falavam em particular agora. Em público, quando ele desejava, apresentavam-se como um casal de romance. A deslumbrante estrela de cinema e o rei elegante. Embora detestasse câmeras, Abdu Greg permitia que a imprensa os fotografasse juntos. Ele trilhava um caminho delicado entre o líder tradicional de sua cultura e o símbolo do progresso. Mas os dólares, marcos alemães e ienes entravam em jorros no país, enquanto o petróleo saía.

Era um homem que estudara no Ocidente. Podia jantar com presidentes e primeiros-ministros, deixando-os com a impressão de uma mente brilhante e aberta. Mas fora criado em Jaquir, educado no Islã. Na juventude, acreditara que poderia haver uma fusão. Agora, via o Ocidente apenas como uma ameaça, até mesmo uma abominação para Alá. Essas convicções haviam se consolidado por causa de Gina. Ela era seu símbolo de corrupção e desonra.

Fitou-a agora, parada à sua frente, num traje preto que a cobria do pescoço aos tornozelos. Tinha os cabelos cobertos por um lenço de tal maneira que nenhuma insinuação do brilho da escuridão de seus cabelos  aparecia. A pele era pálida, não tão sedosa quanto antes, e os olhos continuavam opacos.

Drogas!, pensou Abdu Greg, repugnado. Sabia tudo a respeito, mas optara por ignorar. Bateu com um dedo na escrivaninha de ébano, sabendo que o medo de Gina aumentava a cada momento que a deixava esperando.

- Você foi convidada a ir a Paris, para um baile de caridade.

- Paris?

- Parece que houve um festival com seus filmes. Talvez as pessoas achem engraçado ver a esposa do Rei de Jaquir se expor.

Gina levantou a cabeça, num movimento abrupto. Ele sorriu, esperando que ela protestasse, a fim de que pudesse esmagar até mesmo aquele pequeno desafio. Mas Gina falou em voz suave:

 - Houve um tempo em que o Rei de Jaquir também se sentia satisfeito em assistir Gina Hudgens no cinema.

O sorriso desapareceu. Abdu Greg lembrou as horas de auto-aversão que passara vendo-lhe os filmes e desejando-a.

- Consideram que sua presença seria de interesse para as pessoas que costumam comparecer a essas festas de caridade.

Gina fez um esforço para manter a voz calma, sob controle.

- Vai permitir minha viagem a Paris?

- Tenho negócios para tratar lá. Seria conveniente que minha esposa americana me acompanhasse, para mostrar a ligação de Jaquir com o Ocidente. E tenho a certeza de que compreende o que espero de você.

- Claro que compreendo. - Gina sabia que não devia se mostrar muito satisfeita, mas não pôde evitar um sorriso. - Um baile ... em Paris?


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tem alguém lendo?

Um comentário:

17Sophie disse...

Eu LENDO!! É nesse baile que a Vanessa vai conhecer o Zac? Ou eles só se vão aproximar já na idade adulta??? BEijo, espero proximo capitulo!

Sophýe