terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 7

Ela pegou a filha pela mão e levou-a para fora do terminal. O novo avião particular de Abdu Greg, comprado com dinheiro do petróleo, as esperava na pista.






Vanessa sentiu a boca ressequida ao ver o avião.

- É muito pequeno.

- Não se preocupe. Estarei com você.

Lá dentro, a cabine era luxuosa, apesar do tamanho. As poltronas  eram estofadas, com um tecido cinza-escuro. O tapete era vermelho tinto. Havia pequenas lâmpadas junto de cada poltrona. 

Maravilhosamente fresco, o ar recendia a sândalo, a fragrância preferida do rei. Os criados, esperando para servir as comidas e bebidas, fizeram uma reverência, em silêncio.

Abdu Greg já embarcara. Examinava uma pilha de documentos, junto com seu secretário. Trocara o throbe por um terno feito em Londres, mas o usava com turbante do Oriente Médio. Não olhou quando as duas embarcaram e se sentaram. Limitou-se a fazer um sinal indiferente para um de seus homens. O motor entrou em funcionamento momentos depois. Vanessa sentiu um frio no estôma­go quando o avião começou a subir.

-Mamãe!

- Estaremos acima das nuvens num instante. - Gina manteve a voz baixa, agradecida por Abdu Greg ignorá-las. - Assim como as aves, Nessa. Fique olhando.

Ela encostou o rosto na cabeça de Vanessa, enquanto acres­centava:

- Jaquir está ficando para trás.

Vanessa tinha vontade de vomitar, mas sentia medo, por causa da presença do pai. Com determinação, cerrou os dentes, engoliu em seco e observou o mundo diminuir lá embaixo. Depois de algum tempo, o embrulho em seu estômago diminuiu. Foi a vez de Gina falar. E ela falou em voz tão baixa que embalou Vanessa para o sono. Gina ficou olhando para as águas azuis do Mediter­râneo, enquanto orava.

Paris era uma festa para os sentidos. Vanessa segurava a mão da mãe e olhava aturdida para tudo, enquanto atravessavam o aeroporto, apressadas. Sempre pensara que as histórias da mãe sobre outros lugares não passavam de contos de fadas. Agora, ela passava por uma porta e entrava num mundo que só existira em sua imaginação.

Até mesmo sua mãe estava diferente. Tirara a abaaya e o véu. Por baixo, usava um elegante tailleur ocidental, da mesma tonalida­de de seus olhos. Os cabelos estavam soltos, gloriosamente negros, espalhando-se pelos ombros. Ela até falara com um homem, um estranho, ao passarem pela alfândega. Vanessa olhara para o pai, amedrontada, esperando pela punição. Mas ele nada fez.

Mulheres passavam por ali, às vezes sozinhas, às vezes de braço dado com um homem. Usavam saias e calças compridas justas, mostrando os contornos das pernas. Andavam de cabeça erguida, os quadris balançando, mas ninguém olhava aturdido para elas. Espantada, Vanessa viu até um casal se beijar e se abraçar, enquanto outras pessoas passavam pelos lados. Não havia matawain, com o chicote de pêlo de camelo e a ponta da barba pintada de hena, para prendê-los. 



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Geeeeeente, eai como vão vcs? 
Era pra ter postado ontem, mas com o acontecido, acabei esquecendo.
Não estou acreditando ainda q Zanessa se separou.


Tipo, aconteceu do nada, foi estranho.
Ainda estou tentando colocar na minha cabeça que eles vão voltar, mas nem eu mesma estou 
acreditando nisso.


Mas como fã, irei apoiar todas as decisões q eles tomarem, e se eles terminaram eles tiveram seus motivos.
Mas eu espero mesmo, do fundo do meu coração, q eles voltem.
Eles representam muito pra mim.
Não vou deixar de se fã de um deles por causa disso.
Vou continuar sendo fã, dos dois, aconteça oq acontecer.
***


Não se esqueçam:  




#HappyBdayVanessa


Vamos colocar a Diva nos TT's .
Parabéns, Vanessa Hudgens minha linda, tudo de bom, espero q vc seja muuito feliz ! 

beeeeeeijos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 6

A onda de pesar surpreendeu-a, enquanto beijava as cunhadas, a sogra, as primas pelo casamento. Todas as mulheres com quem convivera há quase dez anos.

- Vanessa deve sentar-se à janela - disse Jiddah a Gina, enquanto beijava e abraçava as duas. - Assim ela poderá ver Jaquir, enquanto o avião sobe.

Ela sorriu, satisfeita, porque o filho finalmente demonstrava algum interesse pela criança, que era, secretamente, sua predileta.

- Não coma muito creme francês, minha doce menina. - Vanessa sorriu e, erguendo-se na ponta dos pés, beijou Jiddah pela última vez.

- Comerei tanto que ficarei gorda. Não vai me reconhecerá quando eu voltar.- Jiddah riu. Afagou o rosto de Vanessa com a mão ornamentada com hena.

- Sempre a reconhecerei. Vá agora. E volte sã e salva. lnshallah.

 Elas deixaram o harém, atravessaram o jardim e passaram por um portão no muro. O carro as esperava ali. Os nervos de Vanessa estavam tensos demais para perceber o silêncio da mãe. Falou sobre a viagem de avião, Paris, o que veriam, o que comprariam. Fez uma pergunta e depois continuou a falar, sem esperar pela resposta.

Ao chegarem ao aeroporto, Vanessa sentia-se mal de tanto excitamento, enquanto Gina passava mal de medo.

Até agora, a vinda dos executivos ocidentais apenas complicara o procedimento no aeroporto. Os aviões pousavam e partiam com mais freqüência e o transporte em terra limitava-se a alguns táxis cujos motoristas falavam em inglês. O pequeno terminal estava lotado, com as mulheres de um lado e os homens do outro. Americanos e europeus, confusos, esforçavam-se em proteger suas bagagens de carregadores com algum excesso de entusiasmo, enquanto esperavam desesperados por vôos de conexão, que às vezes demoravam dias. Esses pesares do capitalismo eram quase sempre obrigados a esperar, vítimas de um habito cultural que se alargara para um abismo ao longo dos séculos.

O ar vibrava com o barulho dos aviões, a cacofonia de vozes em línguas diferentes, que subiam e desciam, muitas vezes sem que o interlocutor entendesse. Vanessa avistou uma mulher sentada ao lado de uma pilha de bagagem, o rosto molhado de lágrimas, pálida de exaustão. Outra conduzia três crianças pequenas, que olhavam e apontavam para as mulheres árabes, em seus mantos pretos e véus.

- Há muitos estrangeiros aqui - murmurou Vanessa, enquanto eram conduzidas através da multidão pelos seguranças. - Por que eles vêm?

- Pelo dinheiro. - Gina olhou para a esquerda e a direita. Fazia tanto calor que tinha medo de desmaiar. Mas as mãos estavam geladas. - Vamos depressa. 


Capitulo 5 – Parte 5

Todos aqueles anos desperdiçados, esperando que Abdu Greg voltasse a ser o homem que era antes, esperando que sua vida voltasse a ser como antes. Permanecera em Jaquir porque ele exigira, e porque, mesmo que conseguisse fugir, Abdu Greg ficaria com Vanessa.

Porque fora fraca, confusa, medrosa, vivera quase dez anos de sua vida como escrava. Mas isso não aconteceria com Vanessa. Nunca! Não importava o que ela precisasse fazer, não permitiria que Vanessa lhe fosse tirada, entregue a algum estranho, para levar uma vida de prisioneira.

O primeiro passo era Paris, disse ela a si mesma, enquanto enxugava o suor da testa. Levaria Vanessa para Paris e nunca mais voltariam.

- Quando eu for a paris, comprarei uma porção de roupas bonitas. – Duja Ashley observou Vanessa ajeitar no braço uma pulseira de ouro e tentou não sentir inveja. - Meu pai diz que vai comer num lugar chamado Maxim's, e que eu terei qualquer coisa que quiser.

Vanessa virou-se. Tinha as palmas sempre úmidas de nervosismo, mas sentia medo de limpá-las no vestido.

 - Trarei um presente para você.

A inveja esquecida, Duja Ashley sorriu.

-Só um?

- Um presente especial. Vamos subir na Torre Eiffel e ir a um lugar em que há milhares de quadros. E depois... - Ela comprimiu a mão contra a barriga. - Estou me sentindo mal.

- Se estiver doente, não vai poder viajar. Portanto, é melhor não ficar. Leiha está zangada.

Ela falou apenas na esperança de fazer Vanessa se sentir melhor. As criadas já haviam levado as malas. Duja Ashley passou o braço pelos ombros de Vanessa para acompanhá-la.

- Ela quer ir, mas o rei só vai levar você e sua mãe. Leiha tem de se contentar com a nova gravidez.

- Se eu comprar presentes para Fahid e minhas irmãs, você pode entregar?

- Claro. - Ela beijou o rosto de Vanessa. - Sentirei saudade.

- Voltaremos logo.

- Mas você nunca viajou.

O harém estava cheio de mulheres, todas dominadas pelo excitamento da viagem que só duas fariam. Havia abraços para serem trocados, risos partilhados. Gina estava de véu e abaaya, as mãos cruzadas na cintura, o rosto impassível. As fragrâncias, os cheiros intensos do harém sufocavam-na, quase a ponto de poder vê-los. Se houvesse um Deus, ela nunca mais veria aquelas pessoas nem aquele lugar! Por uma vez, sentiu-se grata por ter o rosto quase todo coberto. Significava que só precisava controlar os olhos. 

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Ai ai Sophie, Zac logo aparecera, e quando aparecer, vai ter muuuito Zac. ;D
Jully o encontro do dois vai ser logo, e quando Zac aparecer, a história ficara beeeeeem mais interessante, podem ter certeza, não iram se arrependerem por ter esperado tanto, mas por enquanto, aproveitam a vida miserável da Vanessa SAHUUHAUH
Vou postar mais um !

beeeijos ;**

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 4

Abdu Greg tornou a agarrá-la pelos pulsos, mas desta vez puxou-a ao encontro de seu corpo.

- Devia se sentir agradecida por eu não entregá-la a um inimigo. - A respiração de Gina era forte, com o rosto quase encontrando o de Abdu Greg. Por um instante atordoada, teve vontade de matá-lo com as próprias mãos, cravando as unhas em seu rosto e vendo o sangue correr. Se servisse para salvar Vanessa, ela o teria feito. Mas a força de nada adiantaria. Nem a razão. Só restava a astúcia.

- Perdoe-me. - Ela ficou murcha, deixando os olhos brilharem com lágrimas. - Sou fraca e egoísta. Pensei apenas em perder minha filha, não na sua generosidade em providenciar um bom casamento para ela.

Gina tornou a se ajoelhar, tomando cuidado para manter a pose subserviente ao máximo. Enxugou os olhos, como se recuperasse o bom senso.

- Sou uma mulher tola, Abdu Greg, mas não tão tola que não possa me sentir agradecida. Ela aprenderá a ser uma boa esposa na Alemanha. Espero que se orgulhe de sua filha.

- Cumprirei meu dever para com ela.

Impaciente, ele gesticulou para que Gina se levantasse.

- Talvez permita que ela nos acompanhe na viagem a Paris. ­- O coração batendo forte, ela cruzou as mãos. - Muitos homens preferem uma esposa que já viajou, que possa acompanhá-lo nas viagens de negócios ou de turismo, para que seja uma ajuda em vez de um estorvo. Por causa de sua posição, muito vai se esperar de Vanessa. A educação que você teve na Europa e suas experiências ali serviram com certeza para proporcionar uma melhor compreensão do mundo e do papel de Jaquir.

O primeiro pensamento de Abdu Greg foi o de descartar a idéia no mesmo instante. Mas as últimas palavras de Gina acertaram o alvo. Ele estava absolutamente convencido de que o tempo que passara em cidades como Paris, Londres e Nova York haviam-no transformado num rei melhor, num filho mais puro de Alá.

- Pensarei a respeito.

Gina resistiu ao impulso de suplicar. Baixou a cabeça.

- Obrigada.

O coração de Gina ainda batia forte quando ela voltou a seus aposentos. Queria beber, tomar uma pílula, esquecer sua situação. Em vez disso, deitou na cama e forçou-se a pensar.

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Bem vinda Jully.
Gina sabe o que fazer, então a Vanessa não vai sofrer.

Talvez amanha eu poste mais, desculpem pela demora, mais vcs sabem como é, final de ano, provas e trabalhos na escola, então eu estou me dedicando mais a escola.

beeeijos

sábado, 27 de novembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 3

- Já mandei fazer um vestido. Você usará O Sol e a Lua e se apresentará como se espera da esposa do Rei de Jaquir. Se me causar algum embaraço, você terá uma "indisposição" e será mandada de volta no mesmo instante.

- Compreendo perfeitamente. - A perspectiva de voltar a Paris, a simples perspectiva, já a deixava mais forte. - Vanessa ...

- Já foram tomadas as providências para ela - interrompeu Abdu Greg.

- Providências? - Gina sentiu o bafo gelado do medo na nuca. Deveria ter se lembrado de que Abdu Greg sempre que dava com uma das mãos tirava com a outra. - Que tipo de providências?
- Não lhe interessam.

- Por favor ... - Sabia que tinha de ser muito cuidadosa. - Só quero prepará-la, para ter certeza de que ela será uma glória para a Casa de Jaquir.

Gina baixou a cabeça, mas não pôde evitar que os dedos se retorcessem e entrelaçassem.
- Sou apenas uma mulher e ela é minha única filha.

Abdu Greg arriou na cadeira atrás da mesa, mas não gesticulou para Gina sentar.

- Ela vai para uma escola na Alemanha. Achamos que é uma boa disposição para as mulheres de sua posição antes do casamento. 

- Oh, não! Pelo amor de Deus, Abdu Greg, não a mande para uma escola tão longe!

O orgulho esquecido, a cautela esquecida, Gina contornou a mesa para se jogar a seus pés.

- Não pode levá-la! Vanessa é tudo o que tenho! E você não se importa com o que lhe possa 
acontecer. Não fará diferença para você se ela ficar comigo.

Ele agarrou-a pelos pulsos, afastando-lhe as mãos de seu throbe.

 - Ela faz parte da Casa de Jaquir. O fato de que seu sangue corre pelas veias da menina é mais uma razão para que ela seja sepa­rada de você e educada de uma maneira apropriada, antes de seu noivado com Kadeem al-Misha.

- Noivado? - Tremendo de medo, Gina tornou a segurá-lo. - Ela é apenas uma criança! Nem mesmo em Jaquir casam as crianças.

- Ela casará quando completar 15 anos. Os acertos já estão quase concluídos. Ela terá finalmente algum proveito para mim, como esposa de um aliado.

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Sim, eles só vão se aproximar na idade adulta. Mas isso já esta perto, eu acho.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 2

Ser chamada aos aposentos de Abdu Greg deixou-a com muito medo. Nunca se falavam em particular agora. Em público, quando ele desejava, apresentavam-se como um casal de romance. A deslumbrante estrela de cinema e o rei elegante. Embora detestasse câmeras, Abdu Greg permitia que a imprensa os fotografasse juntos. Ele trilhava um caminho delicado entre o líder tradicional de sua cultura e o símbolo do progresso. Mas os dólares, marcos alemães e ienes entravam em jorros no país, enquanto o petróleo saía.

Era um homem que estudara no Ocidente. Podia jantar com presidentes e primeiros-ministros, deixando-os com a impressão de uma mente brilhante e aberta. Mas fora criado em Jaquir, educado no Islã. Na juventude, acreditara que poderia haver uma fusão. Agora, via o Ocidente apenas como uma ameaça, até mesmo uma abominação para Alá. Essas convicções haviam se consolidado por causa de Gina. Ela era seu símbolo de corrupção e desonra.

Fitou-a agora, parada à sua frente, num traje preto que a cobria do pescoço aos tornozelos. Tinha os cabelos cobertos por um lenço de tal maneira que nenhuma insinuação do brilho da escuridão de seus cabelos  aparecia. A pele era pálida, não tão sedosa quanto antes, e os olhos continuavam opacos.

Drogas!, pensou Abdu Greg, repugnado. Sabia tudo a respeito, mas optara por ignorar. Bateu com um dedo na escrivaninha de ébano, sabendo que o medo de Gina aumentava a cada momento que a deixava esperando.

- Você foi convidada a ir a Paris, para um baile de caridade.

- Paris?

- Parece que houve um festival com seus filmes. Talvez as pessoas achem engraçado ver a esposa do Rei de Jaquir se expor.

Gina levantou a cabeça, num movimento abrupto. Ele sorriu, esperando que ela protestasse, a fim de que pudesse esmagar até mesmo aquele pequeno desafio. Mas Gina falou em voz suave:

 - Houve um tempo em que o Rei de Jaquir também se sentia satisfeito em assistir Gina Hudgens no cinema.

O sorriso desapareceu. Abdu Greg lembrou as horas de auto-aversão que passara vendo-lhe os filmes e desejando-a.

- Consideram que sua presença seria de interesse para as pessoas que costumam comparecer a essas festas de caridade.

Gina fez um esforço para manter a voz calma, sob controle.

- Vai permitir minha viagem a Paris?

- Tenho negócios para tratar lá. Seria conveniente que minha esposa americana me acompanhasse, para mostrar a ligação de Jaquir com o Ocidente. E tenho a certeza de que compreende o que espero de você.

- Claro que compreendo. - Gina sabia que não devia se mostrar muito satisfeita, mas não pôde evitar um sorriso. - Um baile ... em Paris?


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tem alguém lendo?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Capitulo 5 – Parte 1

A desgraça a tornou forte. E calada. E orgulhosa. Ao longo dos meses subseqüentes, Gina preocupou-se com a filha. Há anos que Gina convivia com a própria infelicidade, usando-a como uma muleta, porque não via opção. Seu modo de vida americano terminara quando pisara no país de seu marido. Desde o início, as leis e as tradições de Jaquir haviam sido contra ela. Era uma mulher, e, como tal, apesar de suas convicções, apesar de seus desejos, era obrigada a se conformar.

Ao longo dos anos, Gina encontrara um único conforto para aliviar seu encarceramento. A seus olhos, Vanessa era uma menina contente, até mesmo apropriada para a vida em Jaquir. Tinha uma herança, um título, uma posição que nem mesmo o desfavor do rei podia lhe tirar. Tinha família, companheiras. Tinha segurança.

Gina sabia que os ocidentais começavam a vir em levas para Jaquir e outros países do Oriente Médio, atraídos pelo petróleo. E por causa dessa nova situação, ela tornava a se encontrar com repórteres, desempenhando o papel de rainha do deserto dos contos de fadas. Com os ocidentais em Jaquir, haveria progresso. Com o tempo, poderia até haver uma liberação. Ela se apegava a essa possibilidade... não mais por si mesma, mas por Vanessa. À medida que os meses foram passando, no entanto, ela começou a compreender que se novas liberdades viessem para Jaquir, chegariam tarde demais para beneficiar a filha.

Vanessa era quieta e obediente, mas não se mostrava muito feliz. Brincava com as outras meninas e escutava as histórias da avó, mas não era mais uma criança. Gina passou a ansiar por sua terra com mais intensidade do que antes. Sonhava em voltar, levando Vanessa, em mostrar à filha um mundo além das leis e limitações de Jaquir.

Mas, mesmo enquanto sonhava, ela não acreditava que fosse possível. Por isso, recorria aos tranqüilizantes e bebidas alcoólicas proibidas como o único refúgio que podia encontrar.
Não era uma mulher sofisticada. Apesar de sua ascensão no mundo do entretenimento, permanecera a moça ingênua da pequena fazenda em Nebraska. Em seus dias no cinema, testemunhara o consumo excessivo de bebidas e drogas. Mas, de uma maneira que lhe era natural, passava por cima do que era desagradável e acreditava em ilusões.

Em Jaquir, tornou-se uma viciada, embora ignorasse o fato. As drogas tornavam-lhe os dias suportáveis e as noites indistintas. Vivia no Oriente Médio há quase tanto tempo quanto vivera na Califórnia, mas com as drogas perdera a noção do tempo. Tornara-se ali uma ilusão, tal como as mulheres que representara no cinema. 

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O Zac deve aparecer logo, não muito logo, mais ele vai aparecer.
Acredito q ainda terá mais pontos de vista dele, não sei ao certo, mas acho q sim ;)

beeeijos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Capitulo 4 – Parte 12

Vanessa também levantou-se enquanto o irmão corria para à porta. Encantado com a nova brincadeira, o menino acionou as pernas curtas e roliças. Sua risada ressoava pelas paredes enquanto corria, brandindo a bola de vidro como se fosse um troféu. Para animar a brincadeira, ele entrou no túnel que ligava a ala das mulheres com os aposentos do rei.

Vanessa sentiu nesse instante uma pontada de preocupação, que a fez hesitar. Como uma filha da casa, o túnel era proibido. Então se adiantou, com a idéia de atrair Fahid de volta com a promessa de uma nova e fascinante brincadeira. Mas quando o riso do irmão cessou abruptamente, ela entrou no túnel. Ele estava esparramado no chão, os lábios tremendo, aos pés de Abdu Greg.

O rei parecia muito alto e poderoso, parado ali, as pernas entreabertas, olhando para o filho. Seu throbe branco roçava no chão, no lugar onde Fahid caíra. Não havia muita luz no túnel, mas Vanessa podia ver o brilho de raiva nos olhos de Abdu Greg.

- Onde está sua mãe?

- Por favor, senhor. - Vanessa adiantou-se, apressada. Manteve a cabeça baixa, em submissão, enquanto o coração batia forte. - Eu estava cuidando de meu irmão.

Abdu Greg fitou-a. Viu os cabelos desgrenhados, a poeira no vestido, as mãos úmidas e nervosas. Poderia empurrá-la para o lado com um simples movimento do braço. Mas seu orgulho lhe dizia que ela não valia nem mesmo isso.

- Faz um péssimo trabalho ao cuidar do príncipe.

Ela não disse nada, pois sabia que nenhuma resposta era esperada. Manteve a cabeça baixa, para que o pai não pudesse perceber o brilho de fúria em seus olhos.

- Lágrimas não são para os homens, muito menos para os reis. - E abaixou-se com alguma gentileza para levantar Fahid. Foi então que notou a bola que o filho ainda segurava.

- Onde conseguiu isso? - A raiva estava de volta, cortante como uma espada. - É uma coisa proibida!

Abdu Greg arrancou a bola do filho, fazendo-o choramingar.

- Vai me envergonhar? E envergonhar nossa casa?

Porque sabia que a mão do pai podia golpear depressa e com força, Vanessa interpôs-se entre o pai e o irmão.

- A bola é minha. Eu a dei para ele.

Ela preparou-se para o golpe, que não veio. Em vez de fúria, deparou com gelo. Vanessa descobriu que a indiferença fria podia ser mais dolorosa do que as punições. As lágrimas afloraram aos olhos, mas ela fez um esforço para contê-las, enquanto fitava o pai. Tinha certeza de que Abdu Greg queria que ela chorasse. E se olhos secos eram sua única defesa, então não permitiria que as lágrimas se derramassem.

- Então quer corromper meu filho? Oferecer símbolos cristãos sob o disfarce de um brinquedo? Eu já deveria esperar a traição de alguém como você!

Ele jogou a bola contra a parede, espatifando-a. Apavorado, Fahid agarrou-se nas pernas da irmã.

- Volte para as mulheres, que é seu lugar! E daqui por diante está proibida de tomar conta de Fahid!

Abdu Greg pegou o filho e virou-se. Fahid, o rosto inchado e molhado de lágrimas, estendeu os braços, gritando o nome da irmã.

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ta ai, darei um jeito de postar logo logo !
Obrigada a todos q esperaram,especialmente vc Sophie ;D

beeeeeeeeeeijos.

Capitulo 4 – Parte 11

- Quero a piorra.

- Sei disso. Na última vez em que quis, bateu com a cabeça no chão ao tentar subir para pegá-lo, quando eu não estava aqui. - E quando o rei soubera, Vanessa passara uma semana de castigo em seu quarto. - Feche os olhos.

Ele sorriu e sacudiu a cabeça em negativa.

Também sorrindo, Vanessa abaixou-se, até que ficaram com os narizes quase encostados.

- Feche os olhos, meu irmão, ou não terá a piorra. - O menino fechou os olhos.

- Se for bonzinho, deixarei que fique com a piorra durante o dia inteiro.

Ela recuou enquanto falava e enfiou-se embaixo da cama, onde guardava seus maiores tesouros. No momento mesmo em que estendia a mão para a piorra, Fahid rastejou a seu lado.

- Fahid! - Com a exasperação que as mães demonstram com os filhos prediletos, ela beliscou de leve o rosto do menino. - Você é muito mau.

- Eu amo Vanessa.

Como sempre, o coração de Vanessa se derreteu. Afastou do rosto do irmão os cabelos desgrenhados.

- Eu amo Fahid. Mesmo quando ele é mau.

Ela pegou a piorra e começou a sair de baixo da cama. Mas os olhos penetrantes de Fahid já haviam focalizado a bola de Natal.

- Que linda! - Com uma intensa satisfação, ele pegou a bola, com as mãos sujas de chocolate. - É minha!

- Não, não é sua! - Vanessa segurou-o pelos calcanhares para puxá-lo. - E é um segredo.

Os dois acomodados no tapete, Vanessa pôs as mãos nos lados das mãos do irmão e as sacudiu. A piorra foi esquecida, enquanto a irmã observavam a neve cair dentro da bola.

- É o meu tesouro mais precioso. - Ela suspendeu as mãos para que a luz passasse através do vidro. - Uma bola mágica. 

- Mágica! - Fahid ficou com a boca entreaberta, enquanto à irmã tornava a inclinar a bola. - Dá para mim!

Ele tirou a bola de Vanessa e levantando-se de um pulo.

 - Mágica! Quero mostrar para mamãe!

- Não, Fahid, não! 

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Relembrando, o capítulo ficou grande mesmo.
Teve muitas partes, acho q a próxima é a última,acho q deve ser pq eu fiz as partes pequenas, nao importa, leeeeeeeeeiam !

Capitulo 4 – Parte 10

Jiddah já notara e se preocupava com o fato de Vanessa não chamar mais Abdu Greg de pai.

- Não sei. Mas ele não fez isso em nove anos.

- Se ele se divorciasse, nós iríamos embora e eu sentiria muita saudade sua.

- Eu também teria saudade. - A criança já não era mais criança sob muitos aspectos, pensou Jiddah, largando a escova. - ­Não deve se preocupar com isso, Vanessa. Você está crescendo. Um dia, muito em breve, vai se casar. E eu terei bisnetos.

- E dará chocolates e contará histórias.

- Isso mesmo. Inshallah. - Ela comprimiu um beijo nos cabelos de Vanessa. Eram um pouco perfumados e escuros como a noite. - E amarei meus bisnetos como amo você.

Vanessa virou-se e passou os braços pelo pescoço de Jiddah. A fragrância de papoulas e condimentos em sua pele era tão confortadora quanto a pressão do corpo franzino.

- E eu sempre amarei você, vovó.

- Vanessa. Yellah.

Fahid puxava sua saia. Tinha a boca já suja de chocolate de uma visita anterior à avó. O throbe de seda que a mãe lhe fizera estava sujo.

- Venha comigo - disse ele, em árabe, dando outro puxão na saia.

- Ir para onde?

Porque já estava disposta a brincar com o irmão, Vanessa deixou o colo da avó e fez cócegas nas costelas do menino.

- Quero a piorra. - Ele gritou e se contorceu, antes de dar um beijo estalado em Vanessa. - Quero ver a piorra!

Ela embolsou outro punhado de chocolates, antes de deixar que Fahid a levasse embora. Riam enquanto disparavam pelos corredores, com Vanessa soltando gemidos e ofegos exagerados, enquanto Fahid a puxava pela mão. Ela tinha um quarto menor do que o da maioria das outras crianças, um dos insultos sutis do pai. A única janela dava para a beira do jardim. Ainda assim, era bonito, decorado no rosa e branco que ela mesma escolhera. Num canto havia prateleiras com brinquedos, muitos dos quais enviados da América por uma mulher chamada Celeste, a melhor amiga de sua mãe.

A piorra chegara anos antes. Era um brinquedo simples, mas muito colorido. Quando a alça era puxada, girava depressa, emitin­do um zumbido agradável e misturando o vermelho, o azul e o ver­de. Logo se tornara o brinquedo predileto de Fahid ... a tal ponto que recentemente Vanessa o tirara das prateleiras e o escondera.


Capitulo 4 – Parte 9

Vanessa errou a jogada. Olhou ao redor, à procura da mãe. Mas como falavam em árabe, concluiu que a mãe não entenderia.

- Você quer fazer sexo?

- Claro! – Duja Ashley jogou as pedras e estudou o resultado. - Quando casar, meu marido me visitará todas as noites. Eu lhe darei tanto prazer que ele nunca irá precisar de outra esposa. Manterei minha pele macia, os seios firmes. E as pernas abertas.

Vanessa notou que uma das pedras tremeu, mas deixou a infração passar. Suas mãos eram mais rápidas e mais ágeis do que as de Duja Ashley, e era a vez de a prima ganhar.

- Pois eu não quero fazer sexo.

- Não diga bobagem! Todas as mulheres querem fazer sexo. A lei nos mantém separadas dos homens porque somos fracas demais para resistir. Só paramos quando ficamos velhas como a vovó.

- Então sou tão velha quanto a vovó.

As duas riram e voltaram ao jogo.

Duja Ashley não entenderia, pensou Vanessa, enquanto continuavam a jogar. Sua mãe não queria fazer sexo e era jovem e bonita. Leiha tinha medo porque dera ao marido duas filhas. Vanessa não queria  porque já vira que era cruel e feio.

Apesar disso, não havia outro jeito de ter bebês, e ela gostava muito de bebês. Talvez encontrasse um marido gentil, que já tivesse esposas e filhos. Nesse caso, ele não ia querer fazer sexo com ela, que poderia cuidar das crianças da casa.

Quando se cansaram do jogo, Vanessa encontrou a avó e subiu para seu colo. Jiddah era viúva e fora uma rainha. O amor por doces estava lhe custando os dentes, mas os olhos continuavam penetrantes.

- Aqui está minha linda Vanessa.

Jiddah abriu a mão e ofereceu-lhe um chocolate embrulhado em papel laminado. Com uma risada, Vanessa pegou-o. Porque gostava do lindo papel, tanto quanto do chocolate,ela o abriu devagar, com todo cuidado. Num hábito que nunca deixava de acalmá-la, Jiddah pegou uma escova e começou a passá-la nos cabelos da neta.

- Vai visitar o novo bebê, vovó?

- Claro. Amo todos os meus netos. Até aqueles que roubam meus chocolates. Por que Vanessa parece tão triste.

- Acha que o rei vai se divorciar de minha mãe?

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Aaaaaaaaah to de vooooooooolta ;DDDD
vou postar mais, obrigadaaaaaaaaaa por esperarem ;DDDD

domingo, 7 de novembro de 2010

Heeey pessoas.

Geente desculpem por ter sumido, mas é q estou sem neeet ://
Acredito q essa semana ou na outra, eu já esteja com neet.
Deesculpem por nao ter avisado antes, mas é q só agora consegui vir aqui, é q estou na ksa de um primo.
Quando voltar posto bastante pra vcs, ok? ;DDDD

beeeeijos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Capitulo 4 – Parte 8

O medo tornou-se mais intenso. Ela olhou ao redor. Estavam a sós no jardim, mas as vozes se projetavam para longe, e sempre havia ouvidos para escutá-las.

- Não deve dizer isso, querida. Não deve nem pensar. Não pode compreender o que há entre mim e Abdu Greg, Nessa. Nem deve.

- Ele bate em você. - Vanessa recuou. Tinha os olhos secos agora, parecendo subitamente envelhecidos. - Por isso, eu o odeio. Ele olha para mim e não me vê. Por isso o odeio também.

- Não diga isso ...

Sem saber o que mais fazer, Gina tornou a puxar a filha para seus braços e balançou-a.

Vanessa não disse mais nada. Nunca tivera a intenção de deixar a mãe transtornada. Até as palavras saírem, nem mesmo tinha noção de que as guardava no coração. Agora que as expressara, tinha de aceitá-las. O ódio já se enraizara antes mesmo da noite em que vira o pai abusar da mãe. Crescera desde então, alimentado pela negligência e desinteresse de Abdu Greg, os insultos sutis que a distinguiam das outras crianças.

Ela odiava, mas o ódio a envergonhava. Uma criança devia reverenciar os pais. Por isso, ela não falou mais a respeito.

Ao longo das semanas subseqüentes, Vanessa passou mais tempo do que nunca com a mãe, passeando pelo jardim, ouvindo as histórias de outros mundos. Continuavam a parecer irreais para ela, mas as apreciava, da mesma maneira como gostava das histórias de piratas e dragões da avó.

Quando Meri deu à luz uma menina e foi punida com um divórcio sumário, Vanessa ficou contente.

- Estou feliz porque ela foi embora.

Vanessa jogava uma partida de três-marias com Duja Ashley. O brinquedo fora permitido no harém depois de muito debate e discussão.

- Para onde vão mandá-la?

Embora Duja Ashley fosse mais velha, era um fato aceito que Vanessa tinha mais habilidade para obter informações.

- Ela terá uma casa na cidade. Pequena.

Vanessa riu e pegou as três pedras com dedos ágeis. Poderia ter compaixão pelo destino de Meri, mas a ex-esposa do rei tudo fizera para ser detestada pelas outras mulheres.

- Fico contente porque ela não vai mais viver aqui. – Duja Ashley jogou os cabelos para trás, enquanto esperava sua vez. - Agora não teremos mais de ouvi-la se gabar da freqüência com que o rei a visitava e de quantas maneiras ele plantava sua semente.