quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Capitulo 4 – Parte 12

Vanessa também levantou-se enquanto o irmão corria para à porta. Encantado com a nova brincadeira, o menino acionou as pernas curtas e roliças. Sua risada ressoava pelas paredes enquanto corria, brandindo a bola de vidro como se fosse um troféu. Para animar a brincadeira, ele entrou no túnel que ligava a ala das mulheres com os aposentos do rei.

Vanessa sentiu nesse instante uma pontada de preocupação, que a fez hesitar. Como uma filha da casa, o túnel era proibido. Então se adiantou, com a idéia de atrair Fahid de volta com a promessa de uma nova e fascinante brincadeira. Mas quando o riso do irmão cessou abruptamente, ela entrou no túnel. Ele estava esparramado no chão, os lábios tremendo, aos pés de Abdu Greg.

O rei parecia muito alto e poderoso, parado ali, as pernas entreabertas, olhando para o filho. Seu throbe branco roçava no chão, no lugar onde Fahid caíra. Não havia muita luz no túnel, mas Vanessa podia ver o brilho de raiva nos olhos de Abdu Greg.

- Onde está sua mãe?

- Por favor, senhor. - Vanessa adiantou-se, apressada. Manteve a cabeça baixa, em submissão, enquanto o coração batia forte. - Eu estava cuidando de meu irmão.

Abdu Greg fitou-a. Viu os cabelos desgrenhados, a poeira no vestido, as mãos úmidas e nervosas. Poderia empurrá-la para o lado com um simples movimento do braço. Mas seu orgulho lhe dizia que ela não valia nem mesmo isso.

- Faz um péssimo trabalho ao cuidar do príncipe.

Ela não disse nada, pois sabia que nenhuma resposta era esperada. Manteve a cabeça baixa, para que o pai não pudesse perceber o brilho de fúria em seus olhos.

- Lágrimas não são para os homens, muito menos para os reis. - E abaixou-se com alguma gentileza para levantar Fahid. Foi então que notou a bola que o filho ainda segurava.

- Onde conseguiu isso? - A raiva estava de volta, cortante como uma espada. - É uma coisa proibida!

Abdu Greg arrancou a bola do filho, fazendo-o choramingar.

- Vai me envergonhar? E envergonhar nossa casa?

Porque sabia que a mão do pai podia golpear depressa e com força, Vanessa interpôs-se entre o pai e o irmão.

- A bola é minha. Eu a dei para ele.

Ela preparou-se para o golpe, que não veio. Em vez de fúria, deparou com gelo. Vanessa descobriu que a indiferença fria podia ser mais dolorosa do que as punições. As lágrimas afloraram aos olhos, mas ela fez um esforço para contê-las, enquanto fitava o pai. Tinha certeza de que Abdu Greg queria que ela chorasse. E se olhos secos eram sua única defesa, então não permitiria que as lágrimas se derramassem.

- Então quer corromper meu filho? Oferecer símbolos cristãos sob o disfarce de um brinquedo? Eu já deveria esperar a traição de alguém como você!

Ele jogou a bola contra a parede, espatifando-a. Apavorado, Fahid agarrou-se nas pernas da irmã.

- Volte para as mulheres, que é seu lugar! E daqui por diante está proibida de tomar conta de Fahid!

Abdu Greg pegou o filho e virou-se. Fahid, o rosto inchado e molhado de lágrimas, estendeu os braços, gritando o nome da irmã.

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ta ai, darei um jeito de postar logo logo !
Obrigada a todos q esperaram,especialmente vc Sophie ;D

beeeeeeeeeeijos.

Um comentário:

17Sophie disse...

Eu esperei porque estava ansiosa por saber o que vem a seguir!! Todos os capitulos eu fico tipo: Será que desta vez vai ser o ponto de vista do Zac? ou Será que eles se vão conhecer agora???
O capitulo está muito bom mesmo, a indiferença ás vezes é pior que um estalo! E Vanessa comprovou isso...
Gosto muito dos pontos de vista do zac... São muito espontaneos e naturais... quando vais fazer de novo um assim??

Beijo,
Sophýe