Jaquir, 1990.
Enroscada de lado, sem conseguir dormir de tanto excitamento,
Vanessa observou o relógio bater meia-noite. Seu aniversário. Cinco anos. Ela virou de costas, guardando a satisfação para si mesma. A seu redor, no palácio, todos dormiam, mas dentro de poucas horas o sol nasceria e o muezim subiria os degraus da mesquita para chamar os fiéis à oração. E o dia, o mais maravilhoso de sua vida, começaria de verdade.
Lá pela tarde, haveria música, presentes e bandejas de chocolates.
Todas as mulheres vestiriam as roupas mais lindas. Haveria danças. Todas viriam: vovó para contar suas histórias; tia Latifa, que sempre sorria e nunca repreendia, traria Duja Ashley; Favel, com seu riso alegre, estaria à frente de sua prole. Vanessa sorriu. Os aposentos das mulheres ressoariam com as risadas e todas diriam que ela era muito bonita.
Mamãe prometera que seria um dia muito especial. Seu dia especial.
Com permissão do pai, haveria um passeio até a praia, à tarde. Ela tinha um vestido novo, lindo, de seda listrada, em todas as cores do arco-íris. Mordendo o lábio, Vanessa virou a cabeça para contemplar a mãe.
Com todo cuidado, pois não queria acordá-la, Vanessa estendeu a
mão para afagar-lhe os cabelos. Fascinavam-na. Pareciam a escuridão da noite contra o travesseiro, uma grande escuridão, deslumbrante. Aos cinco anos, Vanessa já era bastante mulher para invejar os cabelos da mãe. Os seus eram abundantes e pretos, cheios de cachos como os das outras mulheres em Jaquir, mas não lisos. Só Gina tinha cabelos pretos e lisos e pele branca. Só Gina era americana. Vanessa era meio americana, mas a mãe só a lembrava disso quando se encontravam a sós.
Porque essas coisas deixavam seu pai furioso.
Vanessa era especialista em evitar assuntos que podiam enfurecer o
pai, embora não pudesse compreender por que lembrar que Gina era americana podia deixá-la com os olhos frios e os lábios comprimidos. Ela fora estrela de cinema. A descrição confundia Vanessa, mas ela gostava da sonoridade. Estrela de cinema. As palavras faziam-na pensar em luzes bonitas num céu escuro.
A mãe fora uma estrela, e agora era uma rainha, a primeira esposa
de Abdu Greg Faisal Rahman al-Jaquir, soberano de Jaquir, o xeique dos xeiques. A mãe era a mais linda das mulheres, com seus enormes olhos castanhos, os lábios cheios e macios. Pairava acima das outras mulheres no harém, fazendo com que parecessem passarinhos irrequietos. Vanessa só gostaria que a mãe fosse feliz. Agora que tinha cinco anos, Vanessa esperava começar a compreender porque a mãe parecia triste com tanta
freqüência, por que chorava quando pensava que estava sozinha.
As mulheres eram protegidas em Jaquir; e as mulheres da Casa de
Jaquir não deveriam trabalhar nem se preocupar. Recebiam tudo o que precisava: bons aposentos, os perfumes mais deliciosos. Sua mãe tinha as mais lindas roupas e jóias. Tinha O Sol e a Lua.
Vanessa fechou os olhos para melhor recordar a imagem fascinante
do colar no pescoço da mãe. Como faiscava o enorme diamante, O Sol, e como reluzia a pérola de valor inestimável, a Lua. Algum dia, prometera Gina, Vanessa usaria aquele colar.
Quando estivesse crescida. Confortável, contente com o som da
respiração regular da mãe, com os pensamentos do dia seguinte, Vanessa deixou a imaginação à solta. Quando fosse crescida, uma mulher em vez de uma menina, poria o véu. Um dia seria escolhido um marido para ela, e casaria. Usaria O Sol e a Lua no dia de seu casamento. E se tornaria uma esposa dedicada e fértil.
Oferecia festas às outras mulheres, ofereceria bolos com cobertura,
enquanto as criadas circulariam com bandejas de chocolates. O marido seria bonito e poderoso, como seu pai. Talvez fosse um rei também, e a apreciaria acima de todas as coisas.
Enquanto mergulhava no sono, Vanessa enrolou a extremidade de
uma mecha dos cabelos compridos no dedo indicador. O marido a amaria, como queria que o pai a amasse. Haveria de lhe dar bons filhos, filhos maravilhosos, para que as outras mulheres a visem com inveja e respeito.
Não com compaixão. Não com o tipo de compaixão que demonstravam por sua mãe.
A luz do corredor acordou-a. Projetou-se enviesada pelo quarto
quando a porta foi aberta, depois em linha reta pelo chão. Através do véu que cercava a cama, como um casulo, ela viu a sombra.
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~~> Divulgação: http://amorrzanessa.blogspot.com/
Blog da Amor Eterno Zanessa, Passem lá ;)
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Meninas desculpe, não deu pra postar antes, tive uma semana cansativa, cheia de provas e trabalhos de escola, e ontem eu ia postar mas eu acabei indo no Femusic da minha escola, então nem deu pra postar, mas tentarei recompensar vocês esse final de semana, claro se eu nao sair, bom vou fazer o possivel se eu sair, postar antes ;)
Pra alegriia da nação a Vanessa apareceu, claro em fase kid, mas apareceu !
Ah e Deeeeeeeeeeeeemi divaaaaa Parabéns querida, muitos anos de vida, não deu pra mim passar aqui antes, maaas resolvi falar agora ;DD
Bem vindaaaa meninas, acabei esquecendo de falar isso antes .
beeeeeeeeeeeeijos ;*
3 comentários:
nossa que capitulo lindo *-*
eu amei *-*
muito curiosa pro proximo
posta mais =D
bgs ; amo a fic
adorei o cap e a vanessa kid tambem kkkkk posta logo por favor bjss!!!!!!!!
Nossa AMEIIIII fantastioco!!
Vanessa kidds tava divina!!
sorry eu nao consegui comentar no outro capitulo mais tambem estava perfect!! beijoooo
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